Rita Arantes: Arquitecturas Semânticas nos Sonetos Ingleses de Fernando Pessoa e Tradução à Luz da Semiótica Cognitiva

Tendo em vista que um texto poético se materializa em arquitecturas semânticas, a análise das imagens metafóricas presentes em alguns dos sonetos ingleses de Fernando Pessoa e nas respectivas traduções para Português Europeu visa a identificação das ancoragens imagéticas que lhe subjazem, com o propósito de determinar dimensões de convergência e de divergência, no plano interlinguístico.
      A análise semântica dos sonetos I, VIII e XXXV, e sequencialmente, das traduções, efectuadas respectivamente, por José Blanc de Portugal, Jorge de Sena e Adolfo Casais Monteiro e Sena, na publicação “Poemas Ingleses” da Ática, em 1974, com prefácio e notas de Jorge de Sena, foi realizada no âmbito da Semântica e Semiótica Cognitivas, sendo inspirada no modelo da Rede Semiótica de Espaços Mentais, desenvolvido por Brandt (2004, 2005) e Brandt / Brandt (2005, 2005a) para o estudo de textos poéticos.
         Nesta perspectiva cognitiva contrastiva, a análise semiótico-cognitiva de textos poéticos originais e das respectivas traduções por nós realizadas tem a particularidade de proporcionar uma desconstrução textual que, transcendendo os preâmbulos históricos e literários dos textos, nos permitem aquilatar nexos de convergência e de divergência no seio das arquitecturas semânticas.